quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Super Notícia tira Folha do topo após 24 anos

Já tinha ouvido bastante especialista e também por conclusões próprias a ideia de que o jornal popular estaria substituindo o formato tradicional. Agora, dados comprovam essa "teoria". Segundo o  Instituto Verificador de Circulação (IVC), através do Comunique-se, o Super Notícia - popularesco voltado para as classes C, D e E - ocupou em 2010, 6,93% do mercado, enquanto a Folha abocanhou 6,90%. A média de circulação do jornal mineiro foi de 295.701 edições, contra 294.498 exemplares do periódico paulista.

A liderança da Folha era inabalada desde 1986. De fato, são públicos diferentes e esse resultado de popularidade traz mais conclusões acerca da sociedade do que para as empresas de comunicação dos veículos. Ao meu ver, o primeiro ponto destoante que pode ter alavancado essas vendas é o valor dos jornais. O Super custa R$ 0,25 e a Folha, salve engano (acompanho pela internet), R$ 2. Para um brasileiro médio, por exemplo, uma edição diária da Folha, em um mês, pesa bastante no orçamento. Já o Super, nem tanto.


Outro aspecto é o próprio conteúdo. Hoje [quarta-feira, 26 de janeiro de 2011], os destaques do Super são: Trio aplicava golpe do DPVAT; Galo testa o time para 2011; Amandha Lee - Trabalho acima de tudo; Mineira que ajudava pobres pode ser a primeira santa brasileira. Na Folha Online, os destaques vão para:  Dados parciais de janeiro apontam alta mais forte dos juros; Presidente do TCU dá aula
paga a órgãos que fiscaliza; Morreu nesta quarta aos 81 anos em SP o ator John Herbert; Duas tetranetas de Tiradentes também vão pedir pensão.

Obviamente são para públicos diferentes. Outra explicação para esse crescimento dos jornais populares, principalmente os de formato tablóide, veio de Hélio Costa, ainda como Ministro das Comunicações. Ele disse que o jornal, além de falar diretamente com o povo, ocupava menos espaço físico do que o formato tradicional. Lembro que citou como exemplo as pessoas lendo no metrô de São Paulo, onde é bem mais complicado abrir um Folha do que um Meia Hora, por exemplo. Não comparei com o Super porque ele também é publicado no formato tradicional.

A lista dos mais vendidos de 2010:
1º) Super Notícia - 295.701
2º) Folha de S. Paulo - 294.498
3º) O Globo - 262.435
4º) Extra - 238.236
5º) O Estado de S. Paulo - 236.369
6º) Zero Hora - 184.663
7º) Meia Hora - 157.654
8º) Correio do Povo - 157.409
9º) Diário Gaúcho - 150.744
10º) Lance - 94.683

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