quarta-feira, 30 de março de 2011

Paranoia ou realidade?

O Comunique-se divulgou nesta terça a seguinte notícia: Folha antecipa “descanso” de José Alencar, mas demora para noticiar morte. A informação seguia com uma comparação entre a hora que o pré-fato foi divulgado (14h41) - “‘Alencar está se preparando para descansar', diz médico” - para com o momento em que o fato em si fora publicado (15h11). Segundo o portal, esse "hiato" entre os momentos foi o suficiente para que vários outros veículos de relevância nacional dessem o "furo" na Folha: o R7, G1 e Terra foram os primeiros a divulgar a morte (14h53), em segundo veio o UOL (14h55) e depois o Estadão e o IG (14h56).

A dúvida é mais do que recorrente. Em tempos de jornalismo online imediato, a velocidade da divulgação da notícia pode refletir na paranoia dos profissionais ou é a tendência anunciada sendo cumprida pela tecnologia? Existe realmente uma disputa minuto a minuto entre veículos? A informação imediata é mais importante do que a busca por uma gama maior de detalhes? Os veículos entram na briga com as redes sociais? A credibilidade de um portal pode ser abalada por um "furo" semelhante a esse? E a mais importante: o brasileiro se importa com essa diferença de minutos?

Retóricas, as questões servem para mostrar um "novo" ambiente que o jornalismo vive. Pra quem acha que a maior parcela é paranoia, nem tanto assim. A luta pelo "furo" deixou de lado a exclusividade para trazer o tempo corrido. A tecnologia trouxe o imediatismo e também a liberdade de informações. O "furo" de décadas atrás, em que uma informação era exclusiva de um veículo, que a segurava por um dia inteiro, ou mais, perdeu parte das características para essa nova realidade. Hoje, a corrida é pela informação mais rápida. Mas e a credibilidade? Continua. Deve continuar...

Um comentário:

  1. Acho essa paranoia um pouco sem sentido. Pouca gente, a não ser os próprios jornalistas, fica monitorando os portais pra ver quem vai dar a notícia primeiro.
    "O brasileiro se importa com essa diferença de minutos?" Acho que não. E realmente não deveria se importar.

    ResponderExcluir