O efeito Dunga estaria adentrando os clubes nacionais? Acho que não. Mas vale a pena relembrar aquele momento na Copa do Mundo em que o ex-técnico canarinho criou discórdia entre os jornalistas, mediante a cobrança e questionamentos desses sobre a Seleção. Essa semana, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, chamou os jornalistas de palhaços quando eles perguntaram sobre a condição física do meia Valdívia. A represália seria por contta de tais perguntas, segundo o técnico, serem mais direcionadas para o médico da equipe.
Hoje, em retaliação, os jornalistas que estavam em São Paulo, para o jogo do Palmeiras contra o Goiás, recepcionaram o time com narizes de palhaços. O técnico viu e riu. No entanto, essa chamada, além de cômica e irônica, também serve para lembrar para esses profissionais que os questionamentos são nada mais do que os mesmos da população. Acima do repórter ter que estar com o material pronto na redação, o conteúdo é para o interessado, não para o profissional. Se situações como essa começam a se proliferar, quem mais sai prejudicado é o povo, que perde na informação.
Mais além também existe a questão do poder e da praticidade. Lembro quando o Lula esteve em Juiz de Fora para a campanha eleitoral da Dilma e no final do comício houve um período para breves perguntas. Era tempo de Erenice e o esquema na Casa Civil estava borbulhando. Os questionamentos, com certeza, recairíam sobre o fato. Porém, o presidente saiu de fininho deixando o ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, com o pato. Nada de errado, a não ser o descaso que o presidente do povo deu aos jornalistas quando foi embora correndo e somente respondeu, com total desprezo, que o ministro responderia às perguntas. Coisas assim o povo não vê...
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